quinta-feira, 29 de março de 2007

HIPERATIVADE DA CRIANÇA OU ADULTOS ESTRESSADOS?




No Brasil os dados percentuais de crianças e adolescentes que apresentam hiperatividade ou TDAH (transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) ou ainda outros distúrbios de atenção no Brasil são muito vagos.
· Muito comum a escola encaminhar alunos com suspeita de Hiperativade para tratamento psicoterapeutico. Embora seja menor que se imagina, acredita-se que pelo menos 7% dos alunos em idade escolar apresentam sintomas que, associados, moldam o quadro desse transtorno. Aqueles alunos que os professores classificam como “pestinhas” são os mais propensos a desenvolver o distúrbio que é caracterizado por: Fala excessivamente rápida e inteligível (de difícil compreensão e misturando vários assuntos ao mesmo tempo).



· Dificuldade de esperar sua vez para jogos, conversas, etc. (impedindo uma socialização com outras pessoas)
· Dificuldade de brincar ou de se envolver em uma brincadeira prazerosa.
· Hábito de perder objetos necessários (materiais escolares, brinquedos, ferramentas, chaves, etc)
· Dificuldade de ouvir quando a fala não lhe é dirigia em particular (uma aula, por exemplo)
· Hábito de evitar ou ficar relutante em se envolver em atividades que exijam esforço mental (jogos de xadrez, dama, lições de casa)
· Memória apresentando dificuldades para leitura, leitura de problemas de matemática, etc.
· Dificuldades em manter a atenção.
· Dificuldades em seguir ordens, instruções ou regras.
· Dificuldades para ficar quieto, sentado e trabalhar de forma independente na sala de aula;(entre outros sintomas).
Esses alunos possuem um comportamento demasiadamente inquieto que interrompe a concentração de seus colegas e geralmente resulta em relações pobres com os demais alunos. Adicionalmente, esses problemas geralmente são acompanhados por outros associados (por exemplo, baixa auto-estima, depressão) que pode afetar significativamente a performance desses estudantes.

O que não fica claro nos dados ou nos sintomas é o intenso sofrimento destas crianças. Simplesmente não conseguem relaxar ou ter o devido envolvimento em atividades que poderiam lhes dar prazer, as vezes as mais básicas como comer e dormir ou sentar para ver um desenho animado, o que deixa as deixa ainda mais estressadas e inquietas, levando a um completo ciclo vicioso. Sem falar no desgaste emocional dos adultos ou responsáveis por sua educação que não assimilam os sintomas a um sofrimento, considerando ser por parte da criança apenas uma manifestação de rebeldia ou teimosia, infligindo, portanto castigos (o que aumenta ainda mais a sensação de baixa estima e a agressividade/ impulsividade)
Chamo ainda a atenção para o fato de crianças absorverem muito dos adultos com quem convive. Todos sabemos das salas numerosas, as muitas responsabilidades que o professor enfrenta, o que ocasiona uma porta de entrada para o estresse. Uma pessoa estressada não tem a mesma disposição psíquica e emocional para cuidar e orientar crianças. Logo, daí a considerar a criança “hiperativa” é um passo equivocado nada incomum.
Posso dizer o mesmo para os pais: se os filhos presenciam os pais constantemente discutindo, preocupados, insones, viciosos (beberem ou fumarem em demasia), e tensos acabam por absorver a ansiedade ambiental e reproduzi-la em sua vivência infantil, cabendo lembrar que a depressão infantil se apresenta de maneira TOTALMENTE diferente da do adulto, tendo a criança crises e picos de isolamento (mesmo assim inquieto) com períodos de intensa agitação e irritação .
Importante e necessário é a verificação diagnóstica da presença de TDAH junto de um especialista que poderá orientar e intervir de maneira preventiva no desenvolvimento destes sintomas

Ψ José Carlos da Costa Ψ (psicólogo e psicopatologo
Rua São Pedro, 263, Jardim São Francisco – Caieiras- SP
(próximo ao Campo São Francisco)
CEP 07700-000
Å: 11 4605 44 10
11 7351 77 58
e-mail: josecarlos_psico@hotmail.com

Nenhum comentário: