quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

OS CUIDADOS NA ESCOLHA DO PROFISSIONAL CORRETO


Acabo de ler a notícia de que um psicólogo australiano está sendo acusado de escravizar sua paciente, obrigando-a a usar coleiras. Recordei-me que caso semelhante ocorreu em Anápolis (GO), quando o suposto psicólogo brasileiro colocou fogo na cama para “auxiliá-la” no processo psicoterapêutico.


Houve um duplo sentimento: um que apontava para o desvio ético e de caráter dos sujeitos em foco. Ser psiquiatra, psicólogo, psicopedagogo, psicoterapeuta ou psicanalista não faz de ninguém em tese, alguém melhor.


O diferencial é que, nós profissionais da área psi, sabemos que temos que passar pelo processo de análise, contar com o apoio de um supervisor e interromper qualquer caso que seja quando sentimos que estamos com dificuldades para separar o que é pessoal do profissional. Sobre a supervisão cabe lembrar que o sigilo profissional é mantido e nenhum dado que possa identificar o paciente é colocado em risco. Conversamos com outros profissionais sobre a melhor maneira de ajudar nossos pacientes.


O outro sentimento de que falei segue o caminho da técnica e dos métodos. Nenhum psicólogo que se preze vai desrespeitar os limites de seu paciente. Quando o objetivo da terapia/ análise é auxiliar o paciente a superar-se, o processo elabora-se e é elaborado com base na relação paciente/ psicoterapeuta.


A saber, o código de ética brasileiro, não permite o uso de cristais, incensos ou qualquer outra prática que não tenha conteúdo verdadeiramente terapêutico, manter o vínculo com o paciente ou mantê-lo sob tratamento se não há mais a necessidade de tal procedimento, bem como PROMETER cura ou prever resultados. A Proibição é racional: como poderia o psicoterapeuta prometer um resultado que independe de seus esforços? É na relação paciente/ psicoterapeuta (como já dito) que o processo irá elaborar-se e obviamente, depende do quantum de investimento o paciente faz em sua própria terapia no sentido de comprometer-se e envolver-se. Para tal, é imprescindível que exista o vínculo entre ambos.


Sem esse vínculo é impossível trabalhar.


Para se defender dos farsantes, saiba que é de seu direito perguntar onde e quando se formou, se há comprovantes de tal formação, qual linha metodológica ele adota, o por quê de suas práticas. Caso não se sinta confortável com algo, diga ao seu psicoterapeuta, discuta com eles os pontos necessários para ajustes e reajustes da relação.


Quanto mais confortável você se sentir com seu psicoterapeuta, mais confiança irá adquirir para falar de si mesmo e mais o profissional poderá auxilia-lo em suas questões.

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